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Vamos Falar Sobre Disciplina Positiva?

Vamos Falar Sobre Disciplina Positiva?
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nov. 20 - 5 min de leitura
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Você conhece a Disciplina Positiva? Trata-se de um método de ensino baseados nos livros escritos pela Dra. Jane Nelsen e diversos coautores, visando uma forma de disciplina que equilibra a gentileza e a firmeza.

Nesse método ficam abolidos os castigos, punições e recompensas. Parece impossível?

Na verdade o modelo é muito eficiente! Vamos entender um pouco sobre a Disciplina Positiva, suas vantagens e como aplicá-la.

Existem cinco critérios que constroem a base desse método.

  1. Estimular a conexão: A criança deve sentir-se parte da família, um membro importante para o funcionamento do seu grupo.
     
  2. Praticar respeito mútuo: Assim como a criança deve respeitar (e não temer) seus pais, seus pais devem respeitar a criança como indivíduo, sendo firmes, mas gentis.
     
  3. Funcionamento a longo prazo: A criança é um ser em desenvolvimento. Seu desenvolvimento emocional e social está acontecendo a todo momento, assim como seu desenvolvimento físico.
     
  4. Ensinar habilidades sociais e habilidades de vida: Para ser um adulto bem-sucedido, a criança precisa aprender empatia, respeito, cooperação, resolução de problemas, entre inúmeras outras habilidades.
     
  5. Ajudar a criança a descobrir as próprias capacidades: A criança deve perceber que é capaz de solucionar problemas, desenvolver autonomia e autoestima.

 

Conheça Algumas Formas de Aplicar a Disciplina Positiva

Conheça Algumas Formas de Aplicar a Disciplina Positiva:

A conversa é uma ferramenta extremamente valiosa no processo de educação. Podemos achar que não, mas as crianças compreendem muito bem aquilo que lhes é explicado e limites são mais fáceis de serem estabelecidos com diálogo do que com castigos.

Quando você castiga, a criança não tem oportunidade de aprendizado moral, simplesmente entendendo que desobedecer equivale a punição. Além disso, castigos podem gerar sentimentos de ressentimento ou estimular o comportamento de mentir: o famoso “você só é punido se for pego”.

Ao invés disso, ajude seu filho a pensar e o estimule a responder sozinho: porque o que ele fez é ruim para ele ou para os outros?

Dessa forma, compreendendo porque o comportamento não foi adequado, o aprendizado é integrado em seu dia a dia e não existe motivação para esconder comportamentos ou inventar mentiras.

Ainda no tema de evitar que seu filho sinta a necessidade de esconder coisas de você, permita erros. Tanto crianças como adultos estão sujeitos a errar. Essas situações devem ser vistas como oportunidades de aprendizado: A criança deve ser ensinada que errar é natural, o porque ela errou e como acertar. Incentive também o seu filho a pedir desculpas pelos erros. Da mesma forma, quando os pais erram, eles não devem deixar de pedir desculpas aos filhos e explicar o próprio erro.

As crianças também aprendem por modelação, ou seja, observam o comportamento dos pais e aprendem com eles. Ensinar a criança uma coisa e agir de forma oposta pode confundir as mensagens e passar a impressão de que quebrar promessas é um comportamento aceitável. Mantenha seus compromissos verbais com todos no ambiente familiar, inclusive com a criança.

Uma das maiores críticas à Disciplina Positiva é a percebida permissividade do método, mas, na verdade, a tentativa é de achar um ponto de equilíbrio entre a permissividade excessiva e o autoritarismo completo. O estabelecimento de limites requer firmeza, mas pode ser feito junto à criança. Por exemplo, ao definir quantas horas ela pode passar no computador, o pai pode sugerir uma hora. A criança pode pedir mas tempo, e é oferecido um contraponto: Duas horas, contanto que as tarefas da escola já estejam terminadas.

Após estabelecidos, os limites precisam ser mantidos com firmeza.

Se a criança apresentar resistência, pode ser usada novamente a técnica de ajudá-la a pensar: “Você se lembra de quantas horas combinamos? E o que mais precisaria estar pronto antes? Porque é importante fazer as tarefas antes?”

Isso concede à criança a responsabilidade pelo próprio comportamento e pelo cumprimento das regras, estimulando a autonomia e reforçando o lugar dela como indivíduo participante da família.

Por fim, se algum comportamento da criança precisar ser corrigido, procure criticar o comportamento em si, e não a criança. Não diga “você é preguiçoso”, prefira “você foi irresponsável por não terminar suas tarefas antes de brincar, não é o que combinamos. Eu gostaria que você pedisse desculpas e fizesse como combinamos da próxima vez.”

Enquanto criticar a criança faz com que ela assuma para si as características que você a dá (afinal, você deve saber o que é verdade, você é o adulto), criticar a ação ajuda ela a entender quais comportamentos são prejudiciais e porque.

Da mesma forma, reconheça os acertos, ainda elogiando a ação e não a pessoa. Enquanto “Você se esforçou muito e sua tarefa ficou ótima, parabéns!” ensina que o reconhecimento vem de ações, “Você é um bom menino!” aplica rótulos muitas vezes confusos e tira da criança o direito de errar no futuro.

Praticar uma comunicação positiva com crianças nem sempre é fácil, consome tempo e pode se tornar frustrante em determinadas situações, mas os benefícios de educar com diálogo excedem imensamente as dificuldades.

 

Abraços, 
Amanda R. Comício - Psicóloga e educadora


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