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Um olhar para o filho mais velho

Um olhar para o filho mais velho
Dani Nalini
fev. 11 - 4 min de leitura
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Durante a espera do primeiro filho, nos preparamos e fazemos muitos planos para cuidar do bebê de forma perfeita. Em nossa mente (depois de ler e aprender tanto) nada sairá do controle, e tudo vai dar certo. O bebê vai dormir a noite toda por que eu vou fazer como aprendi no livro. Meu filho não vai usar chupeta. Ele só vai mamar no peito. Ah, a cólica...eu aprendi uma massagem e vai dar tudo certo. Você já deve ter escutado frases desse tipo, não é?

O primeiro filho é esperado com um verdadeiros Rei, num ambiente todo preparado cercado de conforto, encanto, limpeza e muito, muito amor!

Com o nascimento, a realidade vem bem diferente da expectativa. O bebê chora tanto que chupeta é uma das primeiras opções. O bico do seio racha, o bebê não consegue mamar direito, é uma cólica atrás da outra e a única coisa que conforta é um "colinho" (tem que ser em pé, rs) de uma mãe exausta. Ainda assim o amor, a vontade de ser a mãe perfeita continua e nos mantemos ali para atendê-lo em todas as suas necessidades e mal lembramos das nossas.

Esse "reinado" dura até chegar o segundo filho. Uns tem um reinado curtinho, outros mais longos. Mas a verdade é que o segundo filho já traz uma "carga pesada" para o primeiro: irmão mais velho.

Por termos um novo bebê nem sempre percebemos que o "mais velho" ainda é um bebê, ou uma criança que continua precisando de tudo que tinha antes.

Mas de repente tudo muda, o mais velho tem que esperar você alimentar o novo membro da família, esperar você trocar, dar banho, e esperar até para aquele chamego que tinha praticamente "24 horas por dia". É uma grande mudança na vidinha deles.

Sabemos que isso faz parte da vida, é importante e nós passamos por isso. Não significa que deixamos de amar o primeiro filho. A questão é que aquela mãe perfeita que um dia imaginamos ser, que vai dar conta de tudo, não existe e nunca vai existir. Se temos um grande desafio quando temos um bebê, quando vem o segundo o desafio dobra. 

E sim, erramos. Ah como erramos. Enxergamos ou "imaginamos" um amadurecimento que é impossível acontecer só por que se tornaram irmãos mais velhos.

Ele sempre terá que tomar cuidado pra não machucar o bebê "frágil". Ou dependendo do quão mais velho é, vai ter que tomar conta do irmão. Se o mais novo se machuca, chamamos a atenção: "você não tava olhando seu irmão?" Por que ele tá chorando? O que você fez? Empresta pra ele, ele é pequeno....

Opa? Quem é pequeno? 

O mais novo de 1 ano ou o mais velho de 3 anos? Pois é aí que muitas vezes deixamos de olhar para os nossos primogênitos. Eles não deixaram de ser crianças (pequenas ou não) por ganharem um irmãozinho.

Eles não podem ser responsáveis por "cuidar" do mais novo, ou culpados quando o mais novo cai diante dos seus olhos.

Eles precisam desse nosso olhar de que continuam sendo a mesma criança, de antes do nascimento do irmão. Não amadureceram do dia para a noite.

Tudo isso que escrevi acima é algo que tenho visto em muitas famílias, inclusive aqui desde que minha caçula chegou. E hoje com 11 e 7 anos, ainda cometo alguns erros. Tenho refletido muito sobre isso, e claro a culpa materna com o mais velho é sempre maior. Mas fico imaginando quem tem mais de 2, 3 filhos...como é que fica esse olhar para o mais velho, parece que a cada irmão que chega o mais velho "se torna" mais velho ainda.

Precisamos refletir e olhar com mais empatia para o filho mais velho! Pensem nisso!

 

 

 


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