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Sujeira e Anticorpos: Até que ponto?

Sujeira e Anticorpos: Até que ponto?
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out. 25 - 4 min de leitura
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Crianças saudáveis brincam, correm, investigam e levam tudo à boca para dar aquela experimentada básica, colocando à prova o velho ditado “o que não mata, engorda”. E o ditado não nasceu por acaso. Realmente, para criar anticorpos a criança precisa se expor um pouco, desafiando seu sistema imunológico para fortalecer a sua imunidade. 

Agora, até que ponto devemos deixar as crianças brincarem com "sujeira"?

No dicionário sujeira tem significado de "falta de limpeza, imundície", "acúmulo de poeira, dejetos, restos de coisas em algum local", "matéria fecal, excremento, sujidade". A partir daí, uma coisa a gente fica sabendo: a sujeira faz parte da infância.

A infância é um momento único de descobertas e, também, estabelecimento de alguns padrões que nos acompanharão pelo resto de nossas vidas. Por isso, devemos tomar cuidado com o excesso de zelo. Já tive oportunidade de ver crianças evitando brincadeiras por não quererem se sujar, acabando por perder ótimas oportunidades de diversão e socialização.

Aqui vão alguns exemplos de brincadeira com sujeira, típicos da infância:

Brincar com as próprias fezes...

Acontece com quase toda criança e não deve ser encarado com nojo pelo adulto. A criança vê suas fezes como uma obra e, muitas vezes, leva para os pais verem ou brinca com ela. Conte até 3, ouça a história do seu pequeno e mostre que o lugar para as fezes é o vaso sanitário. Limpe o pimpolho, evitando fazer cara de nojo e, caso reconheça que não é a pessoa mais apta a lidar com esse quadro, peça ajuda.

Brincar na areia...

As crianças amam brincar na areia! Misturar a areia com água, fazer bolinhos, montinhos, ...  A areia possibilita uma experiência sensorial bastante importante na infância e é quase inevitável que a ela leve a mão suja à boca. Tanques de areia de parques e escolas devem ser tratados, pois este é um ambiente de grande contaminação por dejetos de animais como gatos, ratos e pombos. As fezes dos animais podem hospedar parasitas com risco potencial de transmissão de diferentes doenças. Portanto, vale explicar para a criança não levar a mão à boca enquanto brinca na areia, mas se acontecer, converse com o pequeno e deixe-o seguir a brincadeira.

Lamber coisas...

Quem nunca viu uma criança lambendo um corrimão ou cadeira na rua? Crianças em fase oral (que, segundo Freud, vai do nascimento até os 3 anos) percebem o mundo através da boca e, por isso, é extremamente natural que elas queiram lamber e levar tudo à boca para experimentar, literalmente, o mundo que as rodeia. Falar em sujeira ainda não quer dizer nada para o pequeno, mas vale educar – sem gritos ou alardes – para que, aos poucos, ele ultrapasse essa fase.   

Lidar com sujeira faz parte da infância e é dessa forma que o organismo cria anticorpos e melhora a sua resistência para quando tiver que enfrentar uma infecção mais complexa estar pronto para o combate. Todo organismo tem capacidade para lidar com germes, bactérias e microrganismos presentes no meio ambiente e não devemos subestimá-lo. O limite para a brincadeira com sujeira vai variar de família para família, não existe uma fórmula, pois cada criança é única e cada mãe também. Esta é uma reflexão importante, então, pense melhor, pois um pouquinho de sujeira faz parte da vida.

 

Abraços,
Andreia S. Jenkins
Bio: Andreia S. Jenkins é educadora, formada em Literatura pela UFRJ e consultora sobre comportamento infantil e relação mãe-filho.

 


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