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Síndrome de Tourette – O que é e como pode afetar as crianças?

Síndrome de Tourette – O que é e como pode afetar as crianças?
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set. 9 - 4 min de leitura
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Síndrome de Tourette – O que é e como pode afetar as crianças?

A síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico que se manifesta durante a infância. Esse transtorno hereditário causa tiques motores ou vocais. Tiques musculares ou motores são movimentos involuntários, repetitivos (mas não rítmicos) que não apresentam nenhum propósito.

Os tiques também podem ser vocais, ou seja, emissão de sons ou palavras involuntariamente, de forma abrupta. O indivíduo pode controlar o tique, mas isso exige grande concentração e é muito difícil de ser feito por um período longo de tempo, em especial por crianças.

Frequentemente associamos a síndrome de Tourette ao uso incontrolado de linguagem obscena ou de afirmações socialmente impróprias, mas esses sintomas acontecem apenas em uma minoria das pessoas com o transtorno. Os tiques variam muito em sua natureza, inclusive podendo mudar no decorrer de uma semana ou de um mês para outro.

A Tourette manifesta-se principalmente em crianças na idade escolar, e a gravidade dos sintomas costuma a diminuir durante a adolescência. Os tiques mais ocorrentes são limpar a garganta ou tossir, piscar os olhos, fungar e alguns tipos de movimentos faciais.

São raríssimos os casos de Tourette graves entre adultos, e o distúrbio não afeta a inteligência nem coloca em risco os pequenos. No entanto, vale ficar atento, já que a Tourette está frequentemente associada a outros problemas, como gagueira, transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Como é o Tratamento? 

Todo tratamento se inicia no diagnóstico. No caso da síndrome de Tourette, ele é clínico e segue alguns critérios: os tiques devem ocorrer diversas vezes por dia, quase todos os dias, durante três meses seguidos, pelo menos; tiques motores múltiplos e um ou mais tiques vocais devem se manifestar por algum período de tempo; o quadro deve começar antes dos 18 anos de idade.

A síndrome de Tourette não pode ser curada, mas pode ser controlada. Nem todo o caso de tiques possui um tratamento específico ou eficaz, mas existem diversos medicamentos e tipos de terapias que podem ajudar. Muitas vezes, o próprio processo educacional e o uso de palavras de conforto e disciplina positiva são suficientes para amenizar os sintomas.

Muitos estudos têm apontado, também, a terapia cognitiva comportamental como sendo de grande eficácia em casos de Tourette. A técnica consiste em ajudar a criança a monitorar por si mesma os tiques e as sensações que o precedem, com o intuito de interromper o tique com uma ação voluntária.

Os medicamentos são usados apenas em casos mais graves, onde a repetição dos tiques é muito intensa e a Tourette traz prejuízos à convivência social e a autoestima da criança. O uso de antipsicóticos têm mostrado bons resultados no sentido de diminuir a gravidade dos tiques, mas alguns outros tipos de medicamentos podem ser usados dependendo do quadro da criança, em especial se existem outros distúrbios (como o TDAH) presentes.

O mais importante, no entanto, é que a família compreenda o distúrbio e apoie a criança. Na grande maioria dos casos, o tratamento com remédios pode ser evitado se o disgnóstico for realizado cedo e se o ambiente familiar for acolhedor e adequado.

Muitas vezes os movimentos involuntários são percebidos como mau comportamento, como quando espasmos quebram algum objeto da casa ou atingem um irmão, por exemplo. É importante ficar atento a presença de tiques vocais e movimentos involuntários na musculatura facial, a fim de evitar reprimir a criança por algo sobre o qual ela não tem controle.

Converse com o seu filho sempre, o escute e acredite nele. Uma criança que teve um espasmo involuntário, se perguntada com calma e gentileza, vai normalmente informar os pais que seu braço “simplesmente fez aquilo” ou que não sabe porque gritou. Perceba que a situação é confusa e assustadora para a criança. Ela precisa de acolhimento e tratamento, e não de repreensão.

 

Abraços, 
Amanda R. Comicio - psicóloga e educadora.


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