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Cesárea - Onde tudo começou

Cesárea - Onde tudo começou
Vanessa Ferreira da Silva
jun. 7 - 3 min de leitura
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Março/2015: Gestação de 39 semanas e 6 dias, ao me deitar 01:00h, sinto uma pressão e água saindo, rompeu a bolsa, falei com a obstetra que iria acompanhar o parto e mandou ir imediatamente para a maternidade.

Tomei um banho e fomos, eu e o marido, para a Maternidade Pró Matre.
Chegando lá, foi feito exame de toque, sem dilatação, sem dor, não estava em trabalho de parto, mas a obstetra pediu para que continuasse no hospital, acreditei na assistência, e lá fiquei, andando, conforme orientação das enfermeiras.

Na manhã do dia seguinte a obstetra chegou ao hospital, fez mais um dos diversos exames de toque que já tinha recebido e disse que estava com 2 dedos de dilatação, bebê alto.

Sozinha, no pré parto, ouvindo gritos desesperados de uma mulher em trabalho de parto que também estava só, torcia para que tudo desse certo, para que conseguisse o parto normal que tanto queria, mas logo veio novo toque e a sentença: “a sua dilatação evoluiu muito pouquinho, poderia colocar um sorinho, mas como o bebê está alto você só iria ficar sentindo dor, e não iria ser suficiente, acho melhor fazermos uma cesárea, o que você acha?”

Na hora não consegui achar nada, não sabia o que fazer e somente aceitei a “sugestão” da médica que foi preparar tudo para fazer a primeira cirurgia da minha vida, apenas mais uma pra ela...

Até após a anestesia, estava sozinha e só conseguia chorar, até meu marido entrar na sala e segurar minha mão enquanto a obstetra me cortava e tirava meu filho de dentro de mim.

Ele nasceu ótimo, 3.860kg, 50,5cm, mas só foi encostado no meu rosto, sugou minha bochecha e foi embora. Durante a recuperação da anestesia fiquei completamente sozinha, nem os profissionais de saúde que lotavam o Centro Cirúrgico estavam mais lá. 

Um tempo depois fui pro quarto e meu filho chegou somente muitas horas depois, nessa hora a angústia já era enorme e parece que se desfez automaticamente ao pegá-lo no colo pela primeira vez, digo parece, porque mesmo estando tudo bem, algo em mim não estava bem...

Ouvindo a inquietação do meu coração, um ano depois fui fazer o Curso de Psicologia Perinatal no Instituto Gerar e lá pude aprender 
muito sobre a humanização da assistência na gestação, parto e pós parto e entender o quanto havia sido desrespeitada e agredida no meu desejo.


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