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Quando Seu Filho te Desafia: Estabelecendo Limites Positivamente

Quando Seu Filho te Desafia: Estabelecendo Limites Positivamente
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nov. 21 - 5 min de leitura
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“Eu sei que ele está fazendo para me irritar!”

Praticamente todos nós já ouvimos essa frase de uma mãe ou pai irritado. No entanto, na grande maioria das vezes, ela não poderia estar mais longe da realidade da mente de uma criança.

As crianças estão constantemente descobrindo o mundo, e chamam a atenção dois fatos que acompanham esse desenvolvimento: que as crianças precisam testar os limites para descobrir o que lhes é permitido e o que não é; e que as crianças ainda estão adquirindo recursos que lhes possibilitam regular suas emoções.

Quando não podemos fazer o que queremos, até nós adultos ficamos bastante chateados. É importante lembrar que a criança ainda não aprendeu como lidar com esse tipo de frustração nem como fazer as melhores escolhas de comportamento para todas as situações. É papel dos pais ajudá-la com isso.

O que fazer, então, em situações em que seu filho se recusa a aceitar os limites que você definiu?

Primeiramente, é importante lembrar que você precisa manter a calma ao conversar o com seu filho. Responder com agressividade vai diretamente contra a mensagem de controle emocional que você está tentando passar, e crianças aprendem ao observar o comportamento dos pais muito mais do que ao ouvirem suas palavras.


Algumas dicas para que o diálogo com a criança siga de forma eficiente são:

  • Pare o que está fazendo para conversar com a criança. Faça contato visual. Preferencialmente, abaixe-se para que sua altura esteja mais próxima da dela.

  • Fale com o seu tom de voz normal, de maneira clara e direta.

  • Não repreenda ou traga para a discussão situações anteriores. Fale do que está acontecendo agora.

  • Não faça suposições sobre as intenções que criança tem com o comportamento. Evite frases como “Você sabe que isso me irrita” e “Você está fazendo isso por atenção” e prefira fazer perguntas, prestando atenção nas respostas dadas: “O que está errado?”, “Como você está se sentindo sobre isso?” e “Você tem alguma ideia para resolver esse problema?”

Sua maior ferramenta na hora de lidar com uma criança que te desafia é lembrar que erros são sempre oportunidades de aprendizado. Mas não é o suficiente ensinar a criança que ela errou e que todos erram: é preciso também orientá-la sobre como acertar.

Estimule sempre a autonomia da criança nesse processo. Substitua o “Não faça dessa forma, faça como eu mandar.” pelo “Agir dessa forma pode magoar outras pessoas e não é legal. Como você acha que pode fazer da próxima vez?”

Se a criança não conseguir pensar em formas melhores para agir, aí sim os pais podem dar algumas soluções, e ajudar a criança a escolher a que mais gosta. Se o comportamento acontecer novamente, lembre a criança da conversa que vocês tiveram e das soluções escolhidas. O processo de amadurecimento emocional é complexo e demorado, uma conversa só raramente basta. É preciso que os pais estejam dispostos e comprometidos, que sejam sempre consistentes, para que a criança consiga desenvolver habilidades sociais adequadas.

Enquanto isso, vamos pensar em algumas alternativas mais positivas do que os tão usados castigos:

  1. Substitua o minuto “no cantinho” e o “vai pro seu quarto” por uma pausa para respirar na qual você acompanha seu filho. Ao oposto de deixá-lo sozinho com um turbilhão de emoções, sente-se com ele e pergunte o que ele está sentindo e sobre como o problema pode ser resolvido.

  2. Entenda porque a criança está se comportando assim, da melhor maneira possível: Perguntando a ela. “O que você está tentando fazer?” Explique, então, maneiras mais construtivas de atingir o objetivo apresentado.

  3. Ofereça alternativas ao mau comportamento. A criança está jogando objetos pela casa? Explique que isso pode machucar alguém e ofereça: “Vamos brincar de jogar uma bola lá fora ao invés disso?”

  4. Ensine consequências de maneira positiva: Em vez de tirar o videogame porque seu filho resolveu brincar com um saco de farinha, prefira pedir para que ele ajude no processo de limpeza. Você pode usar brinquedos e fantoches para explicar. Por exemplo, um bichinho de pelúcia que diz: “Nossa, parece que você acabou fazendo uma sujeira enorme! Vamos limpar juntos?” é mais interessante do que um pai que exige que a criança conserte o problema sozinha.

Dessa forma, seu filho estará envolvido no processo de tomada de decisões, o ajudando a desenvolver habilidades que permitirão, com o tempo, que ele ajuste seus comportamentos e emoções sozinho.

Abraços, Amanda R. Comicio
Psicológa e educadora


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