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Os filhos dão os sinais

Os filhos dão os sinais
Dani Nalini
abr. 5 - 4 min de leitura
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Quem é mãe sabe a correria que é cuidar dos filhos, junto com todo o resto que uma casa necessita. As pessoas no geral enxergam as mães que ficam em tempo integral, com os filhos, como mulheres que não fazem nada. Mas nós sabemos que esse cenário é muito diferente do que pensam...

Optei por trabalhar em casa, desde que engravidei da segunda filha. Pelas nossas contas, não compensaria trocar seis por meia dúzia. Investir em escola, ou alguém para cuidar das crianças e receber o salário equivalente com o que iríamos gastar. Além de toda a parte emocional, da separação. Na época morava em SP, e o tempo longe das crianças seria em torno de 12 horas, contando ida e volta no trânsito.

Trabalhar em casa não é tão simples, requer disciplina, algo que venho tentando conquistar desde que tomei essa decisão, pois nem todos já vem com essa disciplina de fábrica...rs..

Mudamos de cidade e acabei tentando fazer outras coisas, diferentes das áreas que eu já tinha trabalhado. Nessas tentativas, fiquei um tempo sem trabalho e fazendo “Nada”. Há um ano mais ou menos, voltei a trabalhar em casa.

Meses depois de ter voltado a trabalhar, em reunião com a professora da minha filha (hoje com 6 anos), ela me disse algo que nunca tinha escutado, e que cortou meu coração.

- A Clara estagnou no aprendizado. Não evoluiu nas sondagens que fizemos nos meses x e y.

Cortou meu coração, não por esse motivo, pois eu conheço a capacidade da minha filha. Mas pelo fato de sempre ter escutado o contrário, e pensar que havia algo errado. Ou seja, alguma coisa estava acontecendo com minha menininha.

Ainda em conversa com a professora, ficamos analisando o que poderia estar diferente, o que haveria mudado na rotina dela. Foi quando a ficha caiu e eu entendi que desde que voltei ao trabalho, diminuí a atenção dela.

E ainda entendi mudanças no comportamento: Ela que sempre foi tão independente e doce, andava manhosa, mais brava, e querendo sempre minha ajuda para realizar coisas que já realizava sozinha, como banho, escovar dentes...

Entendi também que não só ela, mas a casa toda precisava de disciplina. A rotina estava bagunçada, e dessa forma eu não conseguia ser inteira em nenhuma área da minha vida, nem como mãe, nem como profissional...

E quantas vezes meus filhos escutaram: Só um minuto, estou terminando um trabalho!

...aquele “minuto” que levava horas para acabar!

 

Abandonar hábitos antigos e mudar a rotina não é nada fácil e nem de um dia para o outro. Ainda venho ajustando esse ponteiro e tentando acertar!

Mas com tudo isso, aprendi que não importa ficarmos presente, sem estar presente.
As crianças sentem, observam e sabem tudo o que se passa dentro de nós mães e pais. Eles não têm noção de tudo que sabem a nosso respeito, mas eles nos dão os sinais. Precisamos observá-los e nos observarmos. E sempre que algo sair do normal, é hora de ajustarmos os ponteiros de todos, não só das crianças.

A rotina aqui ainda está em fase de mudança, mas passei a prestar mais atenção nos sinais deles.

O trabalho é importante pois traz realização pessoal, além da independência financeira que nós sabemos o quanto nos faz bem!

Para conseguir conciliar o trabalho com a maternidade e todo o resto com equilíbrio, é necessário reformular a rotina para que consigamos nos doar 100% em cada área da nossa vida.

É hora de ficar com as crianças? Que fiquemos totalmente entregues a esse momento!

É hora de trabalhar? Focar totalmente no trabalho no período que for estabelecido para ele. De preferência no momento em que as crianças estiverem na escola.

 


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