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O que fazer quando irmãos não param de brigar?

O que fazer quando irmãos não param de brigar?
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nov. 22 - 4 min de leitura
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Quem tem mais de um filho, sabe: irmãos inevitavelmente brigam. Normalmente os conflitos giram em torno do tema de competição: de quem é o brinquedo, de quem é a vez de escolher o filme, de quem é o lugar no carro. Todas as pequenas competições, no entanto, têm suas raízes em uma disputa fundamental: a atenção dos pais.

As discussões e atritos constantes entre irmãos podem gerar nos pais um sentimento de culpa, principalmente por não conseguir prevenir que elas aconteçam. Mas diversos psicólogos garantem: pais, podem respirar aliviados. As disputas entre irmãos são naturais. Todos os brinquedos do mundo poderiam estar disponíveis e haveria disputa por eles mesmo assim. Da mesma forma, pode haver abundância de atenção para todos, a disputa ainda assim ocorrerá.

Mas então a situação não tem jeito? Pelo contrário.

Aproveite esses acontecimentos desagradáveis e transforme-os em aprendizado. Você tem à sua frente uma incrível oportunidade de falar com seus filhos sobre empatia, convivência social, controle emocional, como lidar com sentimentos negativos e como resolver conflitos.

Mas como intervir nas brigas? Confira algumas dicas:

  • Fale sempre com firmeza, tranquilidade e segurança. Evite gritar ou demonstrar irritação.
  • Não critique a criança, e sim o comportamento. Sempre incentive a empatia e a reconciliação. Não use frases como “Você é muito bruto (a) com seu irmão!”, prefira algo na linha de “Quando você fala desse jeito com o seu irmão, ele fica magoado, assim como você ficaria se ele fizesse isso com você. Acho que ele se sentiria melhor se você pedisse desculpas.”
  • Nunca faça comparações entre irmãos. Cada indivíduo é único e tem seu jeito de reagir a diferentes situações. Falas como “Porque você não é quieto igual seu irmão?” incentivam inimizade e disputas.

Uma vez que a situação foi apaziguada, é hora de começar o aprendizado. Comece oferecendo soluções. Os pais devem se colocar no papel de mediadores entre os irmãos que brigaram. Apresente cenários de comprometimento mútuo, sem favorecer demais uma parte ou outra. Nesse momento, podem ser enfatizados os ensinamentos de empatia, ética e resolução de conflitos.

É importante também mostrar aos filhos as consequências de perder o controle emocional: pessoas que amamos ficam magoadas e é difícil encontrar soluções que satisfaçam ambas as partes. Ensine que o diálogo, como o que vocês estão tendo agora, ajuda a encontrar soluções, enquanto gritaria e briga só carregam consequências negativas.

Auxilie na negociação da solução. A briga é pelo computador? Ajude as crianças a bolarem entre elas um regulamento para dividir o tempo no computador de forma que ninguém seja prejudicado. Depois disso, ajude no mantimento desse acordo, mediando caso um dos irmãos desrespeite o acordo e relembrando as regras combinadas sempre que necessário.

Procure ser imparcial. Podemos sentir a tentação de favorecer o mais vulnerável (o mais novo, o menor, o mais frágil emocionalmente), mas é importante que todos os irmãos percebam que a intervenção dos pais está sendo justa. A percepção de favoritismo só agravará a situação, tanto causando ressentimento no filho que não foi favorecido quanto gerando um sentimento de impunidade no que foi.

Fique atento: Conflitos entre irmãos são normais quando existe também parceria, carinho e cumplicidade entre eles. Atritos fazem parte do desenvolvimento humano normal e não devem ser motivo de alerta, precisando apenas de orientação. No entanto, situações contínuas de agressão física ou psicológica e escassez de demonstrações de empatia e carinho podem indicar uma situação mais séria, em especial se esses eventos passarem a interferir no dia a dia familiar e escolar e impactarem negativamente a autoestima da criança. Nesse caso, é recomendado que um psicólogo realize a avaliação da situação.

 

Abraços, 
Amanda R. Comício - psicóloga e educadora.


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