A espinha bífida é uma má formação congênita relativamente rara e que pode acometer os pequenos ainda durante a formação fetal.
Trata-se do fechamento incompleto do tubo neural, que é o responsável pelo desenvolvimento do sistema nervoso da criança. Ou seja, algumas vértebras do tudo neural que deveria cobrir a medula espinhal não se formam. Isso faz com que o tecido nervoso “escape” pela abertura entre os ossos, deixando a medula sem proteção.
Essa condição é grave, por deixar uma lesão exposta nas costas do bebê, comumente na região lombar. Essa má formação costuma ocorrer nas primeiras quatro semanas da gestação.
Ainda não há causas comprovadas para a espinha bífida. Dependendo do tipo da má formação, ela poderá afetar a saúde da criança para toda a vida. Existe risco de outros problemas como paralisia dos membros inferiores, incontinência urinária ou fecal e perda de sensibilidade na pele. Por se tratar de uma lesão no sistema nervoso, ainda pode causar problemas na fala e na atenção.
O que causa a espinha bífida?
Infelizmente as causas desse problema ainda não foram completamente esclarecidas pela ciência. No entanto, existem hipóteses sobre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Confira os fatores que estão sendo estudados atualmente:
- Deficiência de ácido fólico na gravidez
- Deficiência de zinco na gravidez
- Ingestão de álcool durante o primeiro trimestre gestacional
- Idade avançada dos pais
- Fatores genéticos
- Mães diabéticas
- Mães que fazem uso de medicamentos para convulsão
Por isso, os cuidados pré-natais são tão importantes, em especial a atenção na dieta. É recomendado, inclusive, o uso de comprimidos de ácido fólico desde o início da gravidez. Se você está se preparando para ser mãe, converse com o seu obstetra sobre esse medicamento.
Quais são os sintomas?
A espinha bífida pode vir acompanhada de outras doenças, como a hidrocefalia, a síndrome de Arnorld-Chiari e depressão. Além disso, conheça os sintomas causados pela má formação:
Sintomas físicos
- Incontinência ou dificuldade de controle urinário
- Infecções urinárias e função renal prejudicada
- Fraqueza ou paralisia nas pernas
- Tendinite
- Obesidade
- Problemas gastrointestinais
- Problemas de pele
- Movimento anormal dos olhos
Sintomas mentais
- Dificuldade de fala
- Problemas de memorização
- Problemas de aprendizagem
- Falta de atenção
- Dificuldades no planejamento e execução de atividades
Como é feito o diagnóstico?
Já no primeiro trimestre de gravidez é possível detectar a espinha bífida, através de uma ecografia. O exame de amniocentese também é capaz de apontar a doença, medindo a quantidade de uma proteína específica no líquido amniótico.
Após o nascimento, o pediatra pode observar a abertura da coluna para o exterior e a exposição de tecido nervoso no bebê.
Tipos de espinha bífida
Existem três maneiras diferentes que essa doença pode se manifestar. Veja quais são:
- Oculta
Ocorre quando o fechamento do tronco espinhal não se completa, mas a medula espinhal e os nervos não são comprometidos. No local da anormalidade, só pode ser notada uma depressão e presença de pelos.
Esse tipo de espinha bífida não tem sintomas e não interfere na saúde da criança. A maioria das pessoas passará a vida inteira sem sequer descobrir que possuem essa má formação.
Cística Meningocele
Nesse tipo, o bebê apresenta saída apenas do revestimento da medula pela abertura formada pelo fechamento incompleto da coluna. Ou seja, a medula espinhal continua dentro das vértebras.
Essa condição exige cuidados especiais, mas a criança pode passar a vida inteira sem nenhum sintoma ou comprometimento.
- Cística Mielomeningocele
É o tipo mais grave dessa má formação. Nesse caso, há a saída da medula espinhal pela abertura da coluna vertebral. Sem a devida proteção, o bebê pode sofrer graves prejuízos no sistema nervoso.
Os sintomas se manifestarão no decorrer da vida da criança. Infelizmente, nenhum dos tipos de espinha bífida tem cura.
Tratamento para a espinha bífida
Nos casos de espinha bífida cística, é necessário realizar uma cirurgia de emergência. Nos casos mais graves, onde o tecido neural não pode ser retornado para o interior da espinha, a criança será deixada de barriga para baixo para evitar mais danos.
Será necessário realizar exames para detectar hidrocefalia. Posteriormente, a prática da fisioterapia constante também será essencial para ajudar a criança no desenvolvimento.