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O amor é contagioso!

O amor é contagioso!
Denize Terezinha Teis
abr. 14 - 4 min de leitura
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Há alguns dias li um texto intitulado “Às vezes não querer ter filhos é um ato de altruísmo” de Silvia Marques. A autora defende que a escolha pela maternidade não deveria ser resultado da pressão social ou de um desejo natural da mulher. E que, antes disso, deveria ser uma escolha efetiva e livre.

No momento da leitura desse texto, lembrei-me de outro, no qual a autora afirma que se tivesse que dar um conselho a qualquer pessoa, seria o de que “tivesse filhos... um, dois, três, vários” e justificou apresentando diferentes aprendizados advindos da maternidade. Lembro-me que esse texto circulou no Facebook e que recebeu inúmeras curtidas, além de inúmeros compartilhamentos.

Eu tenho dois filhos nascidos e, de fato, a experiência da maternidade me possibilita vários aprendizados, todos os dias. Para mim, um dos mais importantes é o exercício do amor gratuito, ou seja, amar despretensiosamente, amar permitindo que meus filhos possam ser as crianças que são e não esperar que sejam a criança que eu fui, por exemplo.

Não estou afirmando que eu sou uma perita na “arte da maternidade”. Tenho consciência de que amar gratuitamente requer estado de presença, humildade, desprendimento, disposição, compromisso, doação. Ser mãe não é uma tarefa para preguiçosos. Assim, só podemos usufruir dos ensinamentos da maternidade se estivermos disponíveis a viver, efetivamente, a maternidade que, sem dúvidas, vai muito além do parir.

Eu penso que sempre que uma pessoa quer aconselhar outra a ter filhos deveria fazê-lo com toda a honestidade: “se você realmente está disposta a viver o maior exercício de doação de sua vida ao lado da grande alegria que isso proporciona”. Concordo com Silvia Marques, “Filhos não são bonecas com quem brincamos quando queremos. Filhos são seres humanos extremamente dependentes e exigentes que vão desejar o melhor dos nossos sentimentos, o melhor do nosso tempo e energia.” Desse modo, um filho não é aconselhado para alguém que não está disposto a abrir mão da rotina de vida possibilitada a alguém que não tem filhos. Uma criança não pode viver de migalhas de afeto, com uma mãe sem tempo e sem disposição para vivenciar o exercício da paciência e da amorosidade. Assim, que as pessoas que não desejam ter filhos sejam respeitadas por olharem para a maternidade com responsabilidade.

Como bem assinala Silvia Marques “Filhos precisam da companhia das mães. Filhos querem ouvir histórias antes de dormir. Filhos querem ser abraçados e beijados. Filhos querem contar o que aconteceu na escola e pedem ajuda para fazer os deveres. Filhos não querem ser filhos apenas nas férias, feriados prolongados e meia hora por dia, entre a chegada do trabalho e a hora de dormir.”

Ontem mesmo, enquanto escrevia uma seção para a minha tese de doutorado e estava em um momento de grande fluxo de pensamento e inspiração para a escrita, meu filho de 12 anos me pediu carinho, queria deitar-se no meu colo e ser acariciado. A tese e a inspiração tiveram que esperar, porque havia uma criança querendo atenção.

Enquanto eu acariciava o meu filho, lembrava-me das crianças que estão nos abrigos à espera de um lar e de como devem ser sedentas por afeto. Lembrei-me da grandeza da Olinda Guedes com seus sete filhos, do seu sim à Nina, consciente dos cuidados que uma criança como ela requer; lembrei-me do grupo de adotantes do qual participamos no Whatsapp e onde encontro outras pessoas grandiosas dispostas a doar seu tempo, sua liberdade, seus recursos financeiros para dar afeto a crianças que estão à espera de uma família. Essas pessoas me dão esperanças!  

Ao pensar nelas, despertou-me o desejo de organizar um livro contanto as histórias bonitas de quem vivenciou e vivencia o processo da adoção. Essas pessoas podem inspirar outras mais a viverem a experiência da gratuidade do amor. Ouvir histórias de pessoas que amam nos ajuda a desenvolver ainda mais o amor que temos. Como dizia Patty Adams: “o amor é contagioso”.


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