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Meu filho não quer comer e agora?

Meu filho não quer comer e agora?
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jul. 19 - 5 min de leitura
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Para mim, uma das tarefas mais árduas do dia a dia das mães é a alimentação infantil. Quando falamos nesse tema a maioria das mães descrevem três quadros:

  1. O meu filho não quer comer nada.
  2. O meu filho só quer comer “bobagens”.
  3. O meu filho quer comer tudo o que vê pela frente.

Crianças que comem bem, e de forma equilibrada, estão cada vez mais raras de se encontrar.  O ato de alimentar-se deve ser tratado com cuidado, pois envolve diferentes aspectos. Vou citar alguns que julgo principais:

  1. Preferências pessoais
  2. Hábitos da família
  3. Poder e autoridade
  4. Busca de atenção e afeto

A todas as mães que me procuraram, para conversar sobre o tema, meu conselho foi sempre o mesmo: calma, não desista, vai dar certo. Para que seu filho coma de maneira equilibrada ou satisfatória não adianta dar o shake que ele gosta e possui "todas as vitaminas necessárias para uma dieta balanceada". Isso não existe. Uma alimentação equilibrada tem a ver com a construção de bons hábitos. Sim, é um conjunto de hábitos que melhora a alimentação e alivia o estresse aliado a esse momento.

Alguns hábitos que vão ajudar o seu filho(a) a comer bem:

  • Horário é tudo. Por isso, procure orientar a realização das refeições e lanches sempre nos mesmos horários.
  • Sempre que possível alimente-se com seu filho(a), comendo o mesmo que ele.
  • Evite insistir, ficar dando mil opções de alimentos, pois você acaba passando a mensagem de que é importante para você que a criança coma e, não, para ela.
  • Evite mostrar que está irritada, trazendo uma tensão extra para o momento.
  • Evite frases como : "Você tem que comer." ou  "Você vai comer porque eu estou mandando." Acredite, já vi muitas mães super bem intencionadas estabelecerem um verdadeiro ritual de confronto e medição forças na hora da alimentação.
  • Alivie as regras no fim de semana, afinal, ninguém é de ferro e você e o seu filho(a) merecem esse relax.

As crianças de hoje estão tão espertas, que é preciso nos lembrarmos o tempo todo: Ela é apenas uma criança. Respeite seu filho(a), mas não o trate como um adulto. O "jogo" da criança vai se aperfeiçoando conforme as "armas" que vamos dando a elas.

O mundo infantil não é igual ao do adulto. Ele é cheio de magia e imaginação. Através de suas brincadeiras, a criança transforma o imaginário em real. Com o encanto da imaginação, as crianças aprendem, aceitam e cedem, fazendo com que a alimentação se transforme num momento tranquilo e agradável.

Sempre que puder, reúna toda a família nas refeições. É bacana saber que o verbo comer vem do infinitivo em latim comedere, que significa alimentar-se em conjunto, acompanhado por outras pessoas. Então, faz sentido ser quase unânime que as melhores refeições são aquelas feitas em conjunto.

Procure que o momento das refeições seja descontraído. Elabore um cardápio e alimente a imaginação do seu filhote  dizendo que os alimentos terão um formato especial no prato dele. Forme figuras, carinhas engraçadas e divertidas, para estimular o bom hábito alimentar.

Não recomendo o famoso “aviãozinho” ou “trenzinho” pois já existem estudos mostrando que a criança entende como um ato enganação e a gente não quer apenas que a criança coma mas, sim, forme um hábitos alimentares saudáveis.

Faça das refeições um momento confortável, tranquilo. Não obrigue seu filho(a) a comer. Não o puna caso não coma e também não ofereça recompensas ou barganhas. Evite que a mesa se torne um ambiente tenso, de medição de força e autoridade.

Ofereça refeições em pequenas porções, coloridas e divertidas. Saboreie, descubra junto com seu filho(a) as cores, formas, texturas e aromas dos alimentos. Por fim, agradeça pela refeição feita. Ser grato é saber que as coisas não caem do céu. Essa é a parte em que ensinamos as crianças a alimentar a alma também.

Se o seu filho come demais, as dicas são as mesmas. Só acrescentaria que, na maioria dos casos, existe um vazio a ser preenchido. Cada família tem seu jeito especial de entregar amor, mas nem sempre somos compreendidos. Aproxime-se do seu filho(a), brinque mais com ele, descubra o que ele faz bem e reforce o quanto ele é bom.

Evite fazer do alimento um vilão. Se ele quer biscoitos, dê dois e reforce que depois ele poderá comer mais depois, não vai acabar. O tamanho das porções, a apresentação dos alimentos saudáveis de forma divertida e a tranquilidade na condução da situação aliviarão e estresse do momento.

Amor e perseverança, a missão não é fácil, mas vai dar certo!

Abraços,
Andreia S. Jenkins

Educadora, formada em Literatura pela UFRJ e consultora sobre comportamento infantil e relação mãe-filho.


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