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Meu filho chegou aos terrible twos, e agora?

Meu filho chegou aos terrible twos, e agora?
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set. 23 - 5 min de leitura
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Criar filhos não é tarefa fácil. Até aí, nenhuma novidade.

Mas o que fazer quando chegam os dois anos de idade e eles começam a, literalmente, tentar mandar na casa?

Sim. O pequeno chega aos conhecidos terríveis dois anos (da expressão terrible twos, em inglês) e começa a manifestar suas vontades com uma originalidade teatral que faz você pensar: " E agora, quem é esse serzinho? Esse filho é meu mesmo? Cadê o bebê que há bem pouco tempo ainda estava na minha barriga?"

Sim, esse é o seu filho e seja bem vinda aos terrible twos. Mas fazer desta etapa um bicho de sete cabeças não ajudará em nada, então vamos entender melhor sobre o que ela representa.

O que seriam exatamente os terrible twos?

Essa expressão foi criada para nomear uma fase da criança, que acontece por volta dos dois anos de idade, onde a criança tem uma energia de descoberta incrível e vai testar tudo e todos. É isso mesmo que você pensou: mamães, vovós, babás, irmãos e amiguinhos da escola são as figuras mais impactadas nessa etapa, pois fazem parte do cotidiano da criança.

Você reconhecerá que seu filho está mais ativo, com um incrível potencial de improviso e presença de espírito. O comportamento da criança pode alterar de uma hora para outra e ela poderá morder ou chutar, chorar desesperadamente pelo que quer, correr sem parar, enfim, mudar subitamente de comportamento, chamando a sua atenção.

Lugares públicos são os favoritos para os famosos pitis dos terrible twos.

Mas espera aí, nós estamos falando de crianças e esse é um ponto que não podemos esquecer. Algumas dicas serão válidas para ajudar a família a manter-se unida para passar pelos terrible twos. A primeira vale para quase tudo na vida: respire fundo e conte até três. Quanto mais calmo você estiver, mais fácil será tomar a decisão mais acertada para o momento. Lembre-se novamente que seu filho é apenas uma criança e não tem todas as referências ou vivência que ele parece acessar quando está no meio de um piti. Lembre-se também que você é o líder ali e seu filho, por mais que não pareça, espera que você tome a liderança e contorne a situação.

Tenha em mente os cinco "Nãos" para resolver o piti dos terrible twos:

1- Não grite.

2- Não ameace.

3- Não faça chantagem.

4- Não barganhe.

5- Não vire mais uma criança na cena.

Quando começar o piti, aproxime-se, fale baixo (de preferência bem pertinho da criança) e olhe-a nos olhos. Agora pergunte o que está acontecendo e tente calmamente ir mudando de ambiente. O olhar nos olhos e a aproximação física são facilitadores para que vocês acessem o laço amoroso da relação. Isso vale para todos que se relacionam com a criança, incluindo babás e professores.

Entenda que para a criança colocações muito objetivas como "nós estamos no shopping e você está dando um show" não significam muita coisa, principalmente no meio do piti. Ainda tem o agravante de fazê-la sentir-se acuada e, como defesa, ela poderá gritar ainda mais alto, chutar ainda mais forte ou correr para mais longe.

Uma dica simples, que aprendi logo que comecei a trabalhar com crianças, é usar o mundo mágico da imaginação para tirar a criança do transe do piti. Primeiramente, você deve perguntar qual é o motivo do piti, sempre falando baixinho e conectando-se afetivamente com a criança. Depois disso, surpreenda a criança e mude o tema da conversa. Conte uma história sobre um lencinho mágico que enxugava todas as lágrimas da princesa de um reino distante ou da água mágica que acalmava o príncipe e o fazia muito forte. Você também pode contar a história de uma mãe, rainha, que amava muito o seu filho e queria vê-lo bem e feliz, por isso sempre dava-lhe um gostooooso abraço. Conte baixinho, use da entonação para tornar a história mais interessante.

Se não funcionar na hora, faça como o seu filho: repita tudo novamente.

Educar nossas crianças é a tarefa mais amorosa que temos para contribuir para a construção de uma sociedade mais bacana. Estamos juntos nessa

e espero ter contribuído de alguma forma para facilitar a lidar com essa fase.

Força, fé, amor e foco na missão de tornar os dois anos do seu filho memoráveis, no melhor sentido, porque é uma fase de lindas descobertas.

Abraços,
Andreia S. Jenkins

 

Andreia S. Jenkins é educadora, formada em Literatura pela UFRJ e consultora sobre comportamento infantil e relação mãe-filho.


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