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É seguro dar melatonina para crianças com problemas para dormir?

É seguro dar melatonina para crianças com problemas para dormir?
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ago. 22 - 4 min de leitura
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Atualmente, vem se popularizando o uso de melatonina para o tratamento de insônia e outros problemas do sono. Existe um grande debate na comunidade médica sobre o uso desse suplemento, e o assunto está bem longe de atingir unanimidade.

Por ser um hormônio que o nosso corpo produz naturalmente, muitos pediatras dizem que o uso de melatonina não apresenta riscos para as crianças. No entanto, ainda não existem estudos que comprovem que não há efeitos adversos a longo prazo. Na verdade, as poucas pesquisas existentes apontam que podem existir interferências no desenvolvimento dos sistemas reprodutivos, cardiovasculares e metabólicos.

Além disso, algumas pessoas que utilizam a melatonina sentem efeitos colaterais como dores de cabeça e no estômago, irritabilidade, tontura, sonolência diurna e até mesmo sintomas depressivos de curta duração. A melatonina pode sim ser indicada, mas normalmente pediatras concordam que uma simples dificuldade para dormir não é suficiente para justificar o uso. O hormônio é receitado em casos de produção insuficiente dessa substância, como em alguns casos de autismo, cegueira total, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ou lesão neurológica.

É importantíssimo que você não ofereça nenhum tipo de medicamento para o seu filho sem a recomendação e orientação de um pediatra. Com a melatonina não é diferente. É fundamental que a criança seja diagnosticada com uma deficiência específica na produção desse hormônio antes de ser medicada. Isso porque qualquer substância em excesso no nosso corpo pode ser prejudicial para a saúde.

Como a melatonina funciona?

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal na parte central do nosso cérebro. À medida que a luz natural diminui, a produção de melatonina acelera, causando a reação de sono. Por isso temos tanta dificuldade de dormir quando não diminuímos a quantidade de luz no ambiente. Nosso cérebro está programado para regular o ciclo de sono de acordo com a luz do dia.

Com o aumento da nossa exposição a tecnologia, a luz natural acaba não sendo o único regulador da glândula pineal. Luzes artificiais, como as de lâmpadas e telas de computadores, televisões e celulares também são capazes de bloquear a produção de melatonina.

Alternativas para ajudar no sono da criança

A grande maioria dos problemas de sono apresentados por crianças são de origem comportamental. Por isso, antes de apelar para os medicamentos, pode valer a pena tentar fazer algumas mudanças no dia a dia da criança.

A partir dos seis meses de idade, aproximadamente, a criança já tem a estrutura física necessária para dormir durante a noite inteira. Isso pode variar de criança para criança, mas esse marco do desenvolvimento normalmente fica em torno dessa idade.

No entanto, os bebês precisam aprender qual é o momento de dormir e o momento de ficar acordado. Para auxiliar, os pais podem criar uma rotina de sono.

Quando você tem uma série de atividades concisas antes de dormir, o organismo da criança aprende que esses acontecimentos sinalizam a chegada da noite. Em outras palavras, a criança se condiciona a adormecer depois que essa rotina é completada.

É fundamental, especialmente no começo, incentivar a desassociação da alimentação com o sono. Bebês recém-nascidos costumam dormir depois de mamar, e esse hábito precisa ser perdido aos poucos.

Alimente a criança enquanto ela ainda estiver bem acordada. Depois, comece a rotina da hora de dormir. A sugestão é que sejam feitas atividades relaxantes, como um banho morno, aconchegar a criança na cama e ler uma história calma ou cantar uma canção.

Evite deixar que a criança assista televisão, vídeos na internet ou brinque com jogos no tablet ou celular perto da hora de dormir. Da mesma forma, atividades estimulantes como brincadeiras físicas devem ser evitadas. Outra dica é tomar cuidado com a alimentação. Um jantar muito farto ou com muito açúcar pode atrapalhar o sono.

Se o seu filho continuar apresentando problemas para dormir, pode valer a pena consultar um pediatra e um psicólogo. Os distúrbios do sono podem ser de origem orgânica ou psicológica, e é importantíssimo contar com o diagnóstico correto antes de medicar os pequenos.
 

Abraços, Amanda R. Comício - psicóloga e educadora.

 


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