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Depressão Infantil

Depressão Infantil
Luciane Santos
abr. 12 - 5 min de leitura
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Normalmente associamos crianças à vitalidade e à felicidade. Então, é muito difícil conceber que crianças possam sofrer de depressão infantil.

A depressão é o mal do século e hoje não é difícil encontrar alguém que sofra de ansiedade, taquicardia, ou estados depressivos, e isso tem uma relação direta com o estilo de vida que levamos, não é à toa, que esse mesmo ritmo e pressão também afetem os pequenos.

Existe uma banalidade na forma de tratar o termo depressão, atribuído, muitas vezes, erroneamente a qualquer estado de tristeza, desânimo, mágoa ou até preguiça. O que dificulta o tratamento e reconhecimento da doença.

Existe também ainda um certo preconceito e dificuldade de conceber que a depressão é uma patologia, que requer tratamento, cuidados e acompanhamento específico.

O que caracteriza a depressão infantil?

As manifestações da depressão na infância e adolescência podem ser diferentes de acordo com a idade:

  • Nas crianças, é mais comum a irritabilidade (episódios de birra e desobediência, por exemplo), e queixas relacionadas ao corpo (como dores de barriga, dores de cabeça, “mal-estar”).
  • Na adolescência também é comum a irritabilidade e queixas relacionadas ao corpo, mas com frequência também se observa aumento do apetite e ganho de peso, mudança no padrão de sono (para mais ou para menos), menor tolerância à frustração e maior sensibilidade à rejeição. Outros sintomas que podem existir são a queda no rendimento escolar, retraimento social, diminuição do apetite, desânimo, variação do humor durante o dia e agitação ou lentificação psicomotora.

Importante ressaltar que, mesmo estando separados por faixa etária, todos os sintomas podem acometer qualquer idade. Além disso, é muito comum a associação de transtornos depressivos a transtornos de ansiedade, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade e outros problemas comportamentais na infância e adolescência.

Podemos diferenciar depressão de outros transtornos como hiperatividade. Muitas pesquisas sugerem que a existência de outros transtornos psiquiátricos concomitantes à depressão são frequentes em crianças e adolescentes. Assim, mais do que diferenciar a depressão de outros transtornos, é fundamental investigar clinicamente para avaliar a existência de outros transtornos associados. Só assim o tratamento proposto será adequado.

O tratamento para depressão infantil busca a remissão completa dos sintomas, e a opção se dá de acordo com a gravidade do quadro de cada paciente. É indicada psicoterapia, psicoeducação dos pais ou responsáveis acerca de quadro e seu tratamento, e medicação antidepressiva.

Os pais ou responsável pela criança devem procurar ajuda profissional ao observar alterações de comportamento nos filhos que se mantenham por duas semanas ou mais (mesmo que não sejam constantes durante este período), já está indicada a busca por ajuda médica. Só assim poderá ser feito o diagnóstico correto e proposto o tratamento adequado. Quanto antes as intervenções forem iniciadas, melhores as chances de recuperação. 

Não é tarefa fácil identificar possíveis sinais de depressão, então, na suspeita, é bacana consultar os diversos pontos de contato de seu filho para compartilhar situações, e ver se o mesmo comportamento se repete em locais e contextos diferentes. Nesse ponto, os educadores podem se tornar fortes aliados no acompanhamento dos pequenos e inclusive serem os primeiros a notar uma alteração de comportamento.

Os pais e educadores podem ajudar crianças que possuem sinais de depressão infantil. É muito importante estar informado sobre tudo o que concerne o desenvolvimento físico, motor, cognitivo, emocional e social das crianças. Bem como é necessário educarmo-nos sobre os sinais de depressão infantil. Acima de tudo é necessário investir tempo de qualidade para conhecer e compreender cada criança. Dessa forma, teremos um bom repertório de situações variadas para que possamos notar mudanças de comportamento ou humor.

Quando se conhece bem as crianças é possível observar mudanças de comportamento como irritabilidade excessiva, desinteresse por atividades que costumavam gostar, dificuldades em manter a atenção, por exemplo. Estar presente com as crianças, sem distrações, e com um olhar atento, é essencial para prevenir e detectar a depressão infantil. Escola e pais devem ter canais de comunicação claros que possibilitem trocas de informações sobre novidades ou mudanças de atitude e comportamento, sejam positivas ou preocupantes. Dessa maneira, estabelece-se um relacionamento de confiança onde as crianças são vistas de forma respeitosa e amorosa e onde suas necessidades podem ser atendidas de forma apropriada.

Pais, profissionais da educação e mentores devem estar alerta à possíveis sinais de depressão infantil. É trabalho de todos o auxílio e apoio aos nossos jovens. Às vezes um olhar mais atento pode fazer a diferença aos nossos pequenos.

 

Luciane Santos
Pedagoga e Terapeuta


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