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Crianças Agressivas

Crianças Agressivas
Luciane Santos
ago. 4 - 3 min de leitura
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As crianças têm, normalmente, um forte desejo e estão aprendendo o não, o próprio corpo, as próprias emoções, a presença do outro. Aprender tudo isso faz parte, é seu desenvolvimento esperado, porém, muitas vezes a raiva é um sentimento que aparece como parte desse processo. A agressividade é uma forma de comunicar esse desconforto. A agressividade não é intencional, é apenas uma resposta natural a esse desconforto.

A criança usa a sua agressividade para se defender. Essa defesa se dá pelo processo de não saber expressar seu sentimento a uma determinada situação. A criança tem um sistema familiar em que vive na qual não sabemos como são trabalhados os seus limites, as regras que essa família impõe a ela. Esse comportamento acaba gerando um desconforto nos pequenos e eles próprios acabam se tornando agressivos para chamar a atenção do seu responsável, seus pais, professores, colegas e amigos.

É notável que a criança que tem esses sentimentos é uma criança que não tem limites, não tem apoio familiar que dê esse suporte para que aja de maneira diferente. Vejo uma carência muito grande da parte dos pais para por regras e limites nos filhos, sendo que se tiramos a nossa autoridade e responsabilidade vamos puni-los de alguma forma. O que fazer para que essas crianças sejam tranquilas e equilibradas, em que suas emoções sejam escutadas em um mundo que não temos tempo para ela? O que podemos fazer para reverter essa situação em que nossos pequenos não sabem lidar com seus sentimentos?

Tenho me preocupado com o quanto nós adultos temos ficado assustados com esse comportamento. E quando ficamos assim, saímos em busca de respostas e do saber.

Meu filho é agressivo? Tem algum problema? Quando isso acontece, quando consideramos a agressividade característica da criança e não mais fase de desenvolvimento de alguém em formação, ou um estado, a criança começa a ficar presa a esse rótulo e a família também.

Algo importante ainda se soma a esse processo. No nosso aprendizado diário de dizermos “não” para nossos filhos, as crises de birra se tornam mais frequentes, os acessos de raiva mais fortes e muitas vezes cedemos às birras, à agressividade para que a criança se acalme. Quando abrimos mão de sermos margem do rio, de sermos o leme do barco e seguirmos no ensinamento natural da frustração, do sim, do não, do outro, do cuidado com o próprio corpo, alimentamos esse ciclo do desejo, seguido da agressividade quando algo não acontece da maneira esperada pela criança. Termos consciência desse desenvolvimento, do processo de crescimento contido na experiência da espera, do não e de tantos outros momentos importantes, nos tira do medo e nos coloca novamente ativos como educadores, como aprendizes de qual é o próximo passo fundamental para a criança e a família como um todo. Vale a pena experimentar! Vale a pena viver!

Luciane Santos

Pedagoga e Terapeuta


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