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Criamos filhos para voar...

Criamos filhos para voar...
Vanessa Motta
out. 4 - 4 min de leitura
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Criamos filhos para voar, para o mundo, para a vida...

Hoje acordei assim, com um sentimento infinito de saudades antes mesmo de já ter acontecido. Malu acordou antes de mim, me fez carinho na sobrancelha, me beijou e disse: “acorda mamãe, já tá dia”! Estava tão cansada que fechei os olhos e respondi: “mamãe já acordou”... há há há que nada, peguei no sono que parecia sonho e de repente escuto uma vozinha fininha falando: “mamãe tô no banheiro já acabei”.

Só aí me dei conta que até outro dia era eu quem a acordava, a enchia de beijos, levava no banheiro... enfim, a rotina de sempre e desta vez minha mocinha já estava acordada pedindo uma ajuda. Meu Deus, passa muito rápido, voa o tempo, parece que foi ontem, mas já se passaram quatro anos.

Acho que por estar grávida novamente e perceber que ela está cada dia mais independente, me despertou esse sentimento de saudade. Fico feliz por ela estar em uma fase que quer fazer tudo sozinha, sinal que estou dando conta da tarefa mais difícil que é ensinar e ao mesmo tempo sentindo falta de ajudar, de fazer... como mãe é boba, né? Ao mesmo tempo em que quer que o filho faça tudo sozinho e cresça, também quer estar 24 horas na vida dele, vai entender!

No início das aulas, quando eu chegava na porta da sala de aula para buscá-la, era um sorriso de orelha a orelha, um monte de beijos e dizia que já estava com saudade de mim, voltava para casa contando todas as atividades... ultimamente antes de me falar “oi” a primeira pergunta é: "Mãe podemos ficar um pouco mais pra brincar com os amigos lá fora?”.

Na rua sempre andava de mãos dadas (sempre ensinei que onde passa carro e tem muita gente precisa dar a mão a um adulto), agora me olha, observa ao redor e vai logo pedindo: “Mãe esta tranquilo aqui posso andar do seu lado sem dar a mão?”.

Nos deveres da escola que vem para serem feitos em casa, sempre fizemos juntas, sempre orientando e explicando cada detalhe, no último dever disse que não precisava, eu poderia me sentar e se ela precisasse me chamaria. E não é que fez direitinho, coração partido por ter sido dispensada da tarefa, mas orgulhosa!

Hoje adora ir ao shopping comigo, daqui uns anos serei substituída neste passeio pelas amigas. Será que ao menos vai querer que eu leve ela e as amigas ou será que para ela eu serei um mico? E quando começar as baladas? Viajar com os amigos? Meu Deus, não quero nem pensar!

Já ouvi essa frase várias vezes “Quando você for mãe, você vai entender”. Hoje eu entendo e compreendo exatamente essa frase e é muito engraçado que precisamos realmente nos tornar mãe para entender a preocupação de nossos pais.

Cuidamos, ensinamos, educamos, passamos por várias profissões como mãe psicóloga, mãe médica, mãe professora... mas o mais importante, na minha opinião, é ser mãe amiga, que vai estar presente em todos os momentos importantes e que sempre estará pronta para fazer qualquer coisa por um filho em qualquer idade da vida dele, que vai estar sempre disponível para o que for preciso, para dar colo em qualquer fase da vida deles. Não será preciso dizer nada, somente ouvir e o nosso olhar será a resposta “te amo minhas filhas e estou aqui”, e é assim, passando todos os valores que são importantes, que eles saberão para onde correr quando precisarem.

É simplesmente um amor infinito que sentimos pelos filhos e um dia eles estarão exatamente no mesmo lugar que estamos hoje!

 

Mamãe,
Vanessa Motta


Texto escrito em agosto/2014


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