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Bullying: Como agir para proteger o seu filho

Bullying: Como agir para proteger o seu filho
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out. 29 - 4 min de leitura
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Muito se fala atualmente sobre bullying. No entanto, entre histórias terríveis e muitos mitos, fica difícil saber como agir para proteger as crianças. A verdade é que tanto os pais quanto educadores ainda têm muito a aprender com o assunto.

É normal, por exemplo, considerar a preocupação com o bullying exagerada e descabida. Afinal, lembramos bem da nossa experiência escolar, repleta de apelidos e provocações, que não foi necessariamente traumática. O bullying, no entanto, não se trata desse tipo de experiência. É necessário exercitar a nossa empatia e perceber que crianças diferentes terão sua própria forma de reagir a esse tipo de provocação. Além da diferença de tolerância entre pessoas, vale lembrar que o bullying é mais do que uma provocação mútua: tem a ver com dinâmicas de poder e com violência sistêmica.

A criança que pratica o ato do bullying normalmente é mais forte e mais influente entre os pares do que suas vítimas. No entanto, vale lembrar que a criança agressora também precisa de ajuda e orientação. O que caracteriza o bullying é uma perseguição persistente e violenta, que agride a criança física ou emocionalmente. Crianças que sofrem bullying apresentam queda no desemprenho escolar, problemas de confiança e autoestima e até mesmo depressão. Surpreendentemente, as crianças que praticam o bullying poderão apresentar os mesmos sintomas.

A criança deve estar confortável para conversar com os pais.

Esse é um fator primordial para defender o seu filho de qualquer perigo apresentado pela convivência social, e não apenas do bullying. A criança deve saber que pode conversar com os pais sobre seus problemas sem medo de represálias.

Quando uma criança é culpada pela agressão que sofreu, por exemplo, ela tende a se retrair e deixar de dividir suas experiências. Dizer, por exemplo, que ele é bobo por não reagir ou agredir de volta é uma das formas de garantir que seu filho deixe de conversar com você. E essas atitudes não são observadas pela criança apenas quando são direcionadas a elas. Ouvir os pais comentar com outros adultos que bullying é “frescura”, por exemplo, pode fazer a criança desistir de procurar ajuda.

A melhor maneira de proteger seu filho é dialogar e trabalhar a autoestima

Infelizmente, muitas escolas não apresentam a estrutura adequada para lidar com esses problemas. É raro que um psicólogo escolar esteja disponível na instituição, por exemplo. Mas, se a escola do seu filho apresentar esse recurso, não deixe de comunicar o problema.

Falar com os pais do agressor pode ser uma faca de dois gumes. Normalmente a criança que comete bullying o faz devido à problemas na estrutura familiar. A punição pelo ato pode até mesmo piorar a situação para o seu filho. No entanto, aquela criança também precisa de ajuda e atenção. A melhor opção, nesse caso, pode ser comunicar sua preocupação para os educadores.

Quanto a seu filho, o melhor jeito de protegê-lo é explicar justamente que o agressor faz isso por que também se sente inadequado e inseguro. Estimular a empatia na criança pode ajudá-la a relevar provocações verbais e fortalecer sua autoestima. Falando nela, esse é um ponto que deve ser muito estimulado na criança vítima de bullying.

Matricular seu filho em uma aula pela qual ele apresente interesse – pode ser um esporte, desenho ou um instrumento – pode ajudar a desenvolver a confiança. Além disso, você estará expondo a criança a um novo círculo social, com interesses mais parecidos com os dela. Essa é uma oportunidade de ter uma experiência mais positiva com os pares, melhorar a autoestima e ajuda a relativar as experiências ruins.

Se você perceber que a convivência social é muito difícil para a criança, é válido fazer acompanhamento com um psicólogo especializado. Você pode notar essa necessidade através de grandes períodos com notas ruins, ausência de interações sociais positivas com os pares e até mesmo expressão de desejo de mudar de escola ou deixar de comparecer às aulas. Fique atento e sempre converse muito para garantir que a criança está bem!
 

Abraços, 

Amanda R. Comicio - Psicóloga e Educadora


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