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Autismo e seu diagnóstico em meninas

Autismo e seu diagnóstico em meninas
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out. 30 - 4 min de leitura
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Autismo e seu diagnóstico em meninas


Geralmente o autismo é identificado entre 1 a 3 anos de idade. Porém, por volta dos oito meses do bebê, os pais já podem identificar sintomas claros e procurar auxílio médico. Quanto antes começar o tratamento, melhor será a resposta da criança ao mesmo.

Pesquisadores identificaram que a comunicação não verbal, ou seja, o comportamento do bebê  é a chave para o diagnóstico precoce. 

Alguns exemplos do que devemos observar:

- O modo como bebê olha para objetos.

-  Ao amamentar, observar se ele fixa os olhos na mãe (esse é um momento de extremo vínculo mãe-filho) ou se ele tem o olhar perdido.

- Como pede o que deseja.

- Como reage quando lhe apontam para alguma direção.

- Se não reclama ao ser deixado por tempo prolongado no berço (parecendo até preferir o berço ao colo).

- Já maiorzinha, a criança não fala, demostra uma apatia em seu comportamento.

- Sua fisionomia é pouco expressiva.

- Não interage ou reage a interação de outras crianças, mostrando uma certa apatia.

- Chora ininterruptamente, chamando a atenção dos adultos.

- Quando a mãe sai ou volta do trabalho, a criança parece indiferente.

Outros pontos de importante observação são se o bebê/criança se incomoda com o toque, se ele se irrita com alguns sons e, até mesmo, com a consistência (textura) dos alimentos, podendo dificultar a transição do leite para as comidas sólidas.

Já maiorzinhos, observa-se a ausência de fala, aparentando as vezes uma surdez. Ao se movimentar, tem postura pendular de tronco, mãos e cabeça. A criança pode passar grandes períodos fazendo movimentos repetidos ou manter comportamentos repetitivos e sem finalidade aparente.

Autismo em meninas...

O senso comum médico afirma que o autismo atinge mais meninos do que meninas (seriam cerca de 5 meninos para cada menina). No entanto, em estudos recentes, a ciência passou a rever essas estatísticas, mostrando que o mais provável é que as meninas que apresentem autismo de alto funcionamento estejam passando ao largo do radar dos médicos.

Frequentemente,  a interpretação dos sintomas ocorre, de forma errônea, como ansiedade, problemas alimentares, comportamentos rígidos e repetitivos durante as consultas médicas. Desta forma, muitas meninas passam a infância e a puberdade ignorando de onde viriam suas dificuldades sociais. Não raramente, o diagnóstico que as meninas recebem apresenta  o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) ou transtorno de hiperatividade e déficit de atenção (TDAH).

A ciência ainda está dando os primeiros passos para o diagnóstico, pois ainda precisa aferir como o transtorno se manifesta no sexo feminino. Afinal, se as meninas não estão sendo reconhecidas, também não tem sido estudadas. Pesquisadores das Universidades de Harvard, da Califórnia e de Washington estão conduzindo uma ampla pesquisa com intuito de investigar melhor os aspectos da forma com a qual o autismo se manifesta em meninas, desde a infância até o início da idade adulta.

Aos portadores de autismo em geral, no Brasil, o avanço está na área da educação. A partir de dezembro de 2012 a Lei nº 12.764, que institui a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista", foi sancionada. Esta medida faz com que os autistas passem a ser considerados "pessoas com deficiência", podendo usufruir de todas as políticas de inclusão previstas na legislação brasileira. A educação entra nesse pacote.

A lei estabelece que o autista pode ser matriculado em escolas regulares ( Educação Básica e Ensino Profissionalizante) e, caso necessário, solicitar auxílio de um acompanhante especializado. Os gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência estarão sujeitos à punição de três a 20 salários mínimos e, caso aconteça mais de uma vez, este poderá perder o cargo.

Essa vitória é importante para os portadores do autismo, pois, a maior parte das crianças autistas adquiriram o direito de  frequentar escolas regulares.

A criança autista precisa do contato com outras crianças e não somente seus semelhantes para ser estimulada a evoluir. O autismo  ocasiona problemas de socialização e a convivência com outras crianças e estudando em escolas regulares, ele será estimulado a adaptar-se a viver em sociedade.

Andreia S. Jenkins

Bio: Andreia S. Jenkins é educadora, formada em Literatura pela UFRJ e consultora sobre comportamento infantil e relação mãe-filho


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