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Amor de irmão começa ainda na barriga...

Amor de irmão começa ainda na barriga...
Vanessa Motta
mai. 11 - 4 min de leitura
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Minha preocupação sempre foi de como a Malu, na época com três aninhos, reagiria com a notícia de um irmão ou irmã, ela sempre foi muito apegada a mim e ao pai, e por ser até então, filha única. Morávamos longe da família (avós, tios, primos...) e nunca tivemos babá, os cuidados, as brincadeiras, os passeios, enfim a rotina em geral sempre foram feitas por mim e meu marido.

Quando descobrimos a gravidez e contamos para a Malu a chegada de um irmão ou irmã parecia para ela uma brincadeira, deu risada, ficou me olhando, achei que não tinha entendido direito, mas passado alguns minutos comecei a explicar que tinha uma sementinha na barriga da mamãe e que ia crescer até virar um bebê igual a ela quando nasceu, Malu é muito esperta e a resposta veio imediatamente na ponta da língua: “ahhh... mãe já sei, e vai ser menino, vai ser João Vinicius, porque ele vai tocar teclado comigo...” ela já pedia por um irmão, mas na cabecinha dela seria um menino. Esse bate papo durou uns 15 minutos, mas foi muito engraçado e apaixonante, a Malu é uma tagarela, fala pelos cotovelos.

Como ela ficou com essa ideia fixa e a certeza de que seria “João Vinicius” comecei a prepará-la para a chegada de uma possível irmã, sempre explicando que quem decide é o Papai do Céu e que também seria muito legal uma irmã, mas toda vez que falava na possibilidade de ter uma irmã ela me corrigia (era engraçado, mas preocupante dependendo do resultado).

Malu me acompanhou em todos os ultrassons, foi minha parceira durante toda gestação. No dia da mais aguardada ultra, com 16 semanas para descobrirmos finalmente o sexo, adivinha a surpresa... Uma "MENINA", isso mesmo mais uma princesa para minha vida, Valentina estava a caminho.

Quando a médica disse: “menina”, a Malu respondeu de imediato; “Não, não, olha eu sei é menino”, naquele momento demos risada (médica, mãe e pai), mas diante da afirmação feita várias vezes pela médica ela começou a fazer uma carinha de choro e dizer que não queria irmã e quando saímos da clínica ela me olhou com os olhinhos cheios de lágrimas e disse: “Poxa mamãe pedi tanto pro Papai do Céu porque ele fez isso comigo?” dramática... Não sabia o que responder então resolvi definitivamente mudar o assunto, passeamos, nos distraímos o dia foi só dela e depois aos poucos fomos falando sobre a irmã e como seriam amigas.

Escolhemos o nome juntos, eu o maridão e claro a pessoinha mais importante a "Malu", que no começo disse que seria Joana já que não ia nascer o João, mas conversamos muiiito e decidimos por Valentina.

Todos os dias Malu acordava e dava um beijo de família, beijo de família para nós é assim: abraçava o pai e eu juntos, beijava cada um e dava um abraço apertado, depois que a barriga começou a crescer, ela acordava beijava a primeiro a irmã (minha barriga) e logo em seguida dava o "beijo de família" que delícia, me lembro como se fosse hoje.

Malu Batia papo com a irmã na barriga, contava seu dia na escola, mostrava suas bonecas, na hora de dormir pedia para a irmã deitar com ela e não eu, sempre que estava comendo me dava um pedaço e pedia para eu comer pela irmã porque ela precisa dividir. Ela sempre dizia "quem vai cuidar da Valentina sou eu mamãe" e cuidou mesmo.

Acho que escolhi o melhor momento para a segunda gravidez, Malu estava para completar quatro aninhos e para explicar foi mais fácil. Certamente que rolou um pouco de ciúmes durante a gravidez e depois também, mas o amor que se construiu ainda na barriga hoje é o que me faz agradecer todos os dias.


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