A vitamina é frequentemente associada a redução dos riscos de parto prematuro, mas será que isso realmente acontece?
Na gravidez, é normal que as mamães se deparem com uma série de suplementos que antes não tomavam e agora precisam que faça parte da dieta, o ácido fólico é um deles. Além do consumo de alimentos que contém esse ácido, muitos médicos também recomendam o consumo de suplementos dele. As razões estariam nos inúmeros benefícios que o ácido fólico traz para a grávida e para o bebê, entre eles a possível redução dos riscos do parto prematuro, mas essa ainda não é uma certeza absoluta e vamos mostrar porquê.
A importância do ácido fólico durante a gestação
A principal função do ácido fólico na dieta das futuras mamães é de ajudar na formação do tubo neural do bebê. Um tubo que é formado no primeiro mês de gravidez, quando muitas mulheres nem sabem ainda que estão grávidas (já que os sintomas são menos evidentes neste período). Por isso, a recomendação é de que a mulher comece a tomar o suplemento de ácido fólico, cerca de um mês antes de engravidar. Para garantir que quando a gravidez acontecer, o bebê tenha uma ajudinha na formação do tubo neural. Claro que sabemos que nem sempre a gravidez é planejada, mas se for, vale a pena fazer esse acompanhamento pré-gestação com o seu médico.
Além de ajudar na formação do tubo neural, o ácido fólico pode auxiliar de maneira benéfica de outras maneiras na gestação como prevenindo o desenvolvimento de doenças cardíacas e anencefalia, por exemplo, sem contar que a vitamina também garante a saúde da mãe, e previne a anemia.
Mas, um assunto quase sempre recorrente quando o tema é ácido fólico para as grávidas são as doses ideais. É que ela precisa realmente ser sob medida, já que algumas pesquisas mostraram que o consumo exagerado de ácido fólico durante a gestação pode ser grave e levar a doenças como, até mesmo, autismo no bebê. O ideal é conversar com o médico para ver as doses corretas. Geralmente a indicação é de 1 mg por dia, mas isso pode variar se, por exemplo, a mãe for obesa (quando pode ser necessário aumentar esse número), ou ter alguma doença de risco que também possa alterar a dose. Por isso é sempre bom procurar um médico antes de começar a tomar este suplemento.
Ácido fólico evita mesmo o parto prematuro?
Essa é uma pergunta que a ciência norte-americana vem discutindo bastante. O parto prematuro acontece quando a mulher dá a luz à criança entre a 22 e a 37° semana de gravidez (ou seja até o 7° mês de gestação), quando na verdade, o parto normal acontece aos nove meses. As consequências desse parto podem ser diversas e o destaque maior fica por conta do desenvolvimento da criança, já que o bebê prematuro pode, por exemplo, vir com pouco peso e necessitar de cuidados médicos até adquirir o peso necessário. Por isso, os cuidados para que o parto não aconteça antes da hora é recorrente entre as futuras-mamães.
Por muito tempo se considerou que o ácido fólico também fosse capaz de ajudar nessa questão, mas parece que não é bem assim. No ano de 2008, um relatório da The Society for Maternal-Fetal Medicine, publicado no jornal inglês, The Guardian, mostrava que as mulheres que consumiam o ácido fólico durante um ano poderiam ter as chances de parto prematuro reduzidas em até 70%. O número foi polêmico e fez muita gente achar que essa vitamina realmente poderia ajudar nessa questão.
Mas, dois anos mais tarde um novo estudo que analisou mais de 950 casos de partos prematuros, que foi apresentada no encontro da Society for Maternal-Fetal Medicine, nos Estados Unidos, concluiu que não havia associação entre a quantidade de ácido fólico consumida e a duração da gravidez.
De qualquer forma, nenhum cientista discorda quando o assunto são os benefícios que essa vitamina traz, desde que administrada da maneira correta, durante a gravidez.