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A adolescência do Bebê: Terrible Two

A adolescência do Bebê: Terrible Two
Luciane Santos
jun. 23 - 6 min de leitura
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Os terríveis dois anos dos pequenos, conhecido como a adolescência do bebê é quando a criança se dá conta de que é um indivíduo e luta para conquistar o seu espaço – gritando, batendo nos outros ou se jogando no chão. Cabe aos pais ter muita calma, paciência e ensinar que esse comportamento não levam a nada. Em outras palavras, estabelecer limites.

A adolescência do bebê, primeira adolescência ou o famoso “terrible twos” – terríveis dois anos, em inglês, é a fase em que a criança passa a se comportar de modo opositivo às solicitações dos pais. De repente, a criança que outrora era tida como obediente e tranquila passa a berrar e espernear diante de qualquer contrariedade. Bate, debate-se, atira o que estiver à mão e choraminga cada vez que solicita algo. Diz não para tudo, resiste em seguir qualquer orientação, a aceitar com tranquilidade as decisões dos pais, para trocar uma roupa, sair de um local ou guardar um brinquedo. Para completar, não atende aos pedidos e parece ser sempre do contra.

Uma fase marcada pela birra. Por mais que as crianças ainda estejam aprendendo a comunicação, é nessa relação que irão aprender. A forma que falamos é muito importante porque esse aprendizado acontece desde sempre. Então, com 1 ano, com 2 anos, com 3 anos, a capacidade de compreensão também está se desenvolvendo como uma grande espiral de desenvolvimento. Como a criança não sabe argumentar sobre seus desejos e vontades, ela usa desse mecanismo a que chamamos de birra. É na nossa coerência, na nossa constância que essas informações ficam mais claras e formam valores internos para os pequenos. O aprendizado não acontece de uma vez: é vivo, processual, uma longa caminhada que acontece todos os dias. Se perceber caminhando é o mais importante. Por isso, cuidar do nosso estado interno é o mais importante pra que a gente consiga ensinar realmente de forma clara e coerente.

Mas essa fase também é linda e posso garantir que não é tão terrível assim, porque amamos quando: aprendem a falar, contam grandes histórias, vemos a felicidade deles por ajudar, se surpreendem pelo inesperado, pelas coisas engraçadas que dizem. Percebemos a inocência, percebemos os dias de independência. A causa para esse período é simplesmente o próprio desenvolvimento natural da criança.

A fase dos 2 anos de idade, é um período de grandes mudanças para ela. Até então, o pequeno seguia os modelos e as decisões dos pais. Gradualmente, ele passa a se perceber como indivíduo, com desejos e opiniões próprias, e isso gera uma enorme necessidade de tomar decisões e fazer escolhas por si. Sem dúvida, isso acaba gerando uma grande resistência em seguir os pedidos dos pais.

Não é exatamente uma ação consciente da criança, mas uma tentativa de atender a esse desejo interior, a essa descoberta de si como um ser independente dos pais. No entanto, ao mesmo tempo em que ela quer tomar suas decisões, ainda tem muitas dificuldades para fazê-lo, dado que ainda não tem maturidade suficiente. Ela discorda até dela mesma! Se você pergunta o que ela quer comer, naturalmente ela responderá: “Macarrão”. Mas, quando você chega com o prato de comida, ela diz: “Eu não quero isso!” Suponha que você está com pressa para ir a algum lugar. Seu filho está de ótimo humor até você dizer: “Preciso que você entre no carro agora”. Ele fará tudo, menos atender a sua solicitação. É uma fase difícil para os pais, e também para os pequenos. É uma experiência intensa emocionalmente e repleta de conflitos, pois, ao mesmo tempo em que a criança busca essa identidade, ela não quer desagradar seus pais — por mais que isso não pareça possível.

Primeiramente, descarte palmadas, tapas, puxões de orelha ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter a birra. Antes de sair, converse com o seu filho e o contextualize sobre o passeio. Se for supermercado, por exemplo, diga como espera que ele aja, o que ele poderá pegar para si etc. Se forem a um restaurante, faça o mesmo, explique onde vão, como espera que a criança se comporte e as consequências para o seu mau comportamento. Jamais ceda às manipulações, como choros, pedidos de ajuda e reclamação de possíveis desconfortos. Avise-o de que só vai conversar depois que ele se acalmar. Opte por disciplinar a criança após a birra, que é o momento em que ela está colocando para fora sua frustração e seu descontentamento.

Após ela parar de fazer a birra, você se abaixa para conversar. É sempre muito importante que a criança compreenda o que fez e o porque de sua ação. Evite dar broncas e repreender seu filho na frente de outras pessoas para que ele não se sinta constrangido e você também. Uma dica bacana para mudar o foco da birra é chamar a atenção da criança para outra situação. Mostre um objeto ou comece a falar de outro assunto. Ignorar a birra costuma das ótimos resultados. Em lugares públicos, se a birra persistir e você estiver se sentindo constrangida, tire o seu filho do ambiente sem demonstrar irritação e sem conversar. Sua atitude mostrará desaprovação.

 

Luciane Santos
Pedagoga e Terapeuta


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